domingo, 31 de outubro de 2010

Você já votou hoje?





Acho impressionante a capacidade de adaptação do ser humano, ele se adapta à todos os assuntos e opina constantemente, mesmo que não saiba nada sobre ele. Mas enfim, nota-se que o assunto varia de acordo com o que acontece. Seria como no
Natal: - O que você ganhou de presente?
Reveillon: - Onde você vai passar o reveillon?
Semana Santa: - Você comeu carne hoje?
E assim segue a seleção de perguntas esdrúxulas que o brasileiro arruma para as datas, mas a pior de todas as perguntas inúteis é aquela que acontece de dois em dois anos: - Você já votou hoje?
Que pergunta rídicula, não tem assunto pra conversar, é isso? Pô, ontem foi sábado, curti horrores minha noite e quando entro no MSN chove de janelas me perguntando: - Você já votou hoje?
Foda-se hipócritas de merda, nem votar vocês sabem.
(y)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Meu nome é Chan, Jackie Chan

Era um noite calada e fria, as estrelas gritavam o brilho delas no céu. Eu e meu amigo dentro de um carro, bebendo, em plena quarta-feira.
- ... ele era um bom rapaz - disse ele terminando de contar a história do amigo dele que tinha morrido.
- Você ouviu? - eu disse depois de um silêncio perturbante (maldita boca)
- O que?
- Nada, esquece.
- Agora eu ouvi.
- Engraçado, eu não ouvi nada (eu todo trabalhado no desentendimento)
- Vambora.
E assim descemos de volta pra casa, devagar, sem nada pra fazer e uma vodka pra derrotar, eu já estava triloco.
- Tem um carro atrás da gente. - notável desespero na cara dele.
- Tomara que não seja um carro bomba - respondi.
Mas ele nem ouviu o que eu falei, mudou a marcha e acelerou o carro, parecendo uma loka em uma rodovia, só esqueci de citar que a gente estava em uma estrada de terra, no meio do mato.
- Fala alguma coisa Marcel.
- Anticonstitucionalissimamente.
- É sério, o que eu faço?
- No ninho de mafagafos tinha 5 mafagafinhos...
- Marcel, para, o que eu faço.
O carro que vinha atrás seguia sua mesma marcha, ele deveria estar pensando na morte da Odeth Hoittman.
- A primeira entrada que você encontrar vira o carro correndo e desliga.
Meu amigo ouviu até o "ohhhhhh" da solução do problema, e foi o que ele fez. Virou primeira à direita e viu uma bifurcação, virou a esquerda da bifurcação e seguiu. Até pararmos no meio do nada, era só café, café, café e mais café.
- E agora? - ele olhou pra mim.
- Sai fora, não gosto dessa fruta não mano.
- Tô falando do plano.
- Que plano? - respondi
- Ué, você não tem um plano.
- Não.
- COMO QUE VOCÊ ME METE NESSA ENRASCADA?
- Eu meto? Você é o motorista, você que tava dirigindo.
- Mas e o plano? - ele era insistente.
- Não existe plano, vamos improvisar.
- Ok, vou virar o carro.
Antes ele nem tivesse pensado nessa hipótese, foi só um barulho de vidro quebrando, ele tinha batido o carro.
- Ai meldels, ai meldels. - ele gritava.
- Relaxa, "estamos todos bêbados, bêbados de cair, e todos que não estiverem bêbados deêm o fora daqui, woow"
- Marcel.
- O que?
- Eu bati o carro.
- Eu sei, eu ouvi.
- Marcel, o carro não está amassado.
- Comanssim?
Realmente o carro não estava amassado, sei lá que espírito Joselito que passou por ali, mas preferimos ir embora rápido.