segunda-feira, 19 de julho de 2010

Bicicletas, Canteiro e Yolanda




Em mais um Domingo na praça, peguei a bicicleta do meu amigo e fui trançando entre as senhoras (Dona Maria) que saiam da missa, até que de longe avisto pessoas conhecidas.
[música de suspense]
Subo na bicicleta e ultrapasso, uma, duas , três, quatro Dona Maria. Driblo um Seu Zé pela esquerda, driblo Seu João pela direita e saio costurando entre o público, até que vejo meu caminho completamente livre.
[tchan, tchan tchan tchan, tchan tchan tchan, tininium, tininium, tininium, tinium]
Um grito ecoa no ar.
- Marceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeel.
Olhei pra trás, mas antes de conseguir uma visão privilegiada da dona da voz, algo estranho acontece.
[Para a música de suspense, silêncio. Bicicleta batendo o pneu da frente no canteiro, Marcel voando feito uma drag vestida de superman, direto para as plantas do canteiro]
Levanto a cara da terra, até cuspi alguns tijolos, mas eu supero. O grito aliás nem era pra mim. Problemas de audição, sempre acho que os gritos são pra mim.
- Oi Marcel.
Olho pra cima, uma menina que parecia tão gigante vista tão debaixo.
-Err. Oi Yolanda.
- Você caiu? – pergunta ela
- Não – respondi – era tudo performance.
- Isso é uma bicicleta?
Levantei em silêncio. Olhei profundamente nos olhos dela e respondi:
- Não, é uma Master Juicer Acabator com sua Carator Wallita, cabe a fruta inteira.
- Então enfia um gelol nessa boca filho da puta, só tô tentando ser legal.
- Você não precisa tentar ser legal, você é legal naturalmente. Vamos tomar uma pinga?
- Fecho.

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